domingo, 20 de fevereiro de 2011
Chile 2011 - parte 1
Punta del Lobos
O Chile é mais um de nossos países vizinhos no Oceano Pacífico com um litoral repleto de riquezas naturais. Tem aproximadamente 4000 quilômetros de norte a sul, ou seja, muita onda para explorar. Esse foi o meu destino nesse verão durante 22 dias do mês de Janeiro. Não que o verão brasileiro seja ruim, tem lá seus dias bons, mas não se compara com a quantidade e qualidade das ondas no Oceano Pacífico da America do Sul, é impossível não pegar boas ondas nessa parte do globo.
Conheci o Chile em 2008 quando fui fazer imagens para o filme Simples Olhar de Pablo Aguiar e desde aquela época sempre quis voltar ao país para surfar novamente as longas esquerdas geladas que ficam ao sul de Santiago e ainda conhecer uma onda no meio do deserto do Atacama .
Além de mim os outros componentes da trip foram meus amigos Rafael e Renan Brito e Caetano Vargas. Com o grupo formado duas coisas eram garantidas: muito surf e gargalhada.
O primeiro destino da viagem foi Pichilemu. Um povoado com um pouco mais de 15 mil habitantes, como um balneário pequeno, no verão sempre tem gente, mas no inverno deve ser um deserto. Fica a 270 quilômetros ao sudoeste da capital Santiago, onde se encontra uma das ondas mais conhecidas do país, Punta del Lobos, com suas esquerdas intermináveis que proporcionam rasgadas fortes e drops potentes. É uma onda com muita massa que passa toda a energia que o lugar transmite. Surfamos em mares de 3 a 10 pés onde entravamos pelas pedras, as famosas Tetas, que ficam bem perto do outside.
Aos arredores da praia ainda haviam destroços e marcas do tsunami que ocorreu no verão passado. Muita gente perdeu tudo que tinha quando foram para os chamados cerros (montanhas), para se proteger da onda que vem em seguida do terremoto. Se aproveitando da situação, malandros entravam nas casas das pessoas que não estavam presentes no momento e saqueavam tudo que viam pela frente. Ainda bem que no Brasil não tem terremoto!!!
A água estava gelada, mas não alterava nosso objetivo de surfar com intensidade, e apesar de estarmos usando um long John 3.2 e botinhas para esquentar os pés, nossas mãos e a cabeça trincavam com o frio e não ultrapassávamos as 3 horas de surf. É difícil não lembrar da primeira queda no mar, o choque com a água fez a cabeça arder e parecer que estava pegando fogo, por incrível que pareça.
Entre muitos brasileiros que encontramos estava um grande amigo meu, Nandinho, com seu pai e amigos. Não desperdiçamos a oportunidade e logo fizemos um churrasco brasileiro com vinho chileno na pousada onde estávamos. Pichilemu é um treino e tanto, mas as praias que mais nos agradaram vieram depois, isoladas de grande parte da civilização e em contato total com os bens da natureza. Nas próximas semanas estarei postando mais fotos e contando sobre o segundo destino da viagem: Puertoecillo.
Texto do meu amigo Petterson Thomaz: http://www.handbaggage-blog.com/
Muy helado
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