E aí, galera, tudo certo? Espero que sim!
Depois de voltar para o Brasil e matar a saudade de comer feijão com arroz, resolvemos escrever um pequeno texto com alguns perrengues e outras roubadas que passamos em nossa viagem. Nenhuma foi grave, mas confessamos que em certos momentos geraram preocupações, receio e também risadas. Alguns perrengues passamos por inexperiência em viagens internacionais de carro, outras por falta de informação e também por falta de se informar. Mas o que vale aqui é compartilhar as vivências com vocês e quem sabe ajudar alguém que esteja pensando em ir para a Argentina, principalmente de carro.
Bom, antes de viajarmos para terras argentinas, fomos em busca de informações em sites, revistas, guias e também de amigos que já viajaram a América do Sul de carro. Os sites, revistas e guias nos ajudaram sobre o melhor trajeto e também quais os equipamentos que deveríamos levar caso a policia nos parasse. Providenciamos todos os documentos e equipamentos, mas alguns amigos comentaram que os policiais argentinos adoram ver placas brasileiras e também pará-los, até acharem algo errado. Não estamos aqui generalizando, muito menos colocando em questão a atitude dos policiais, só estamos relatando.
Os 200 pesos poderiam ser 2000!
Na primeira blitz dentro da argentina, tentamos fazer cara de sérios (não de surfistas hahaha) e passar numa boa, mas não adiantou. Nos pararam, bateram o olho no carro, pediram os documentos e me convidaram a entrar na sala deles, em plena Ruta 14. Hélvio e Rafa permaneceram no carro, pois eu estava dirigindo e deveria acertar os ponteiros. Para acertar tudo, nos cobraram 200 pesos argentinos, cerca de 60 reais. Falaram que estávamos sem luz de placa, informação que não procedia. Além disso, muitos outros carros com placa da argentina passaram pela mesma blitz sem a luz de placa e nenhum foi parado. Resolvemos não argumentar, com medo de "acharem" outro problema e nos deixarem parados ali. O problema não estava nos 200 pesos argentinos, mas sim no receio de nos pararem a cada posto policial, visto que tínhamos ainda muito chão pela frente, cerca de 900 km. Ao longo do caminho de ida e volta passamos por diversas outras blitz, entretanto, tudo correu bem. Nos pararam em mais uma, mas dessa vez pediram a documentação do carro, dos passageiros e nos liberaram alegando estar tudo certo.
Como ganhar 150 pesos de três brasileiros em um minuto?
Um outro perrengue ou marcação de bobeira nossa foi em Mar del Plata. No quinto dia da viagem fomos até um restaurante próximo ao hotel comer uma parrilla com arroz. O arroz foi algo excepcional feito para os brasileiros, que eram muitos devido ao campeonato. Sentamos em uma mesa ao ar livre, não demorou muito e uma velha senhora nos abordou, carregada de folhas de alecrim e arruda. Não deu tempo nem de respirar, ela já foi lançando palavras de sorte, de amor e nos oferecendo uns chaveiros, os famosos olhos gregos. Pensamos em comprar para ajudá-la, acreditando ser algo barato. Quando pegamos os chaveiros ela lançou o preço, 150 pesos os três juntos, quase caímos da cadeira e ficamos sem dinheiro para pagar o almoço, mas não teve jeito. Ela nos ganhou, não sabemos como. Sem dúvida foram os 150 pesos mais fáceis da vida dela e os mais rápidos a saírem de nossas mãos. Para piorar, conversamos com uns amigos argentinos e os mesmos falaram que aquilo ali valia no máximo 30 pesos. Tudo bem, compramos pelo valor sentimental (#sqn hahaha). Depois que ela se foi, ficamos rindo da cara dos três, não estávamos em condições de gastar aquela grana, mas ela se foi de forma rápida hahahaha! Voltamos para o Brasil com o olho grego pendurado no vidro da frente do carro, acreditando que cada blitz ultrapassada era por causa do olho grego que estava nos zelando. Crendices a parte, tivemos uma volta super tranquila, em segurança. Ou melhor, quase 100% tranquila.
Se quiserem levem dólares, mas não esqueçam dos pesos!
Ao longo da viagem tivemos alguns problemas com os caixas eletrônicos e com as máquinas de cartão de crédito. Saímos do Brasil com uma boa quantidade de dólares somando nós três juntos, mas tínhamos poucos pesos. A gasolina não estava com um preço bom, como acredita-se ser na Argentina, pelo menos não nos postos que paramos, pagamos em média, cerca de R$ 3,10 no litro. Na ida tivemos alguns estresses com os pagamentos dos abastecimentos, mesmo tendo dinheiro em nossos cartões internacionais, tentando passar no débito e no crédito, não conseguíamos. Em um caso aceitaram nossos dólares, quando já era questão de parar ou seguir, todavia, nos cobraram na gasolina um preço bem mais alto. Antes de Buenos Aires conseguimos parar em uma cidade que não estava na rota, chamada Escobar. Lá sacamos alguns pesos para seguir até a capital argentina. Dentro de Mar del Plata e no caminho de volta tivemos o mesmo problema em algumas situações, mas nada desesperador. Acreditamos que em alguns casos nos caixas eletrônicos o problema tenha acontecido por diferenciações entre nossos cartões e as bandeiras aceitas e em outros acreditamos que tenha ocorrido problema de digitação dos frentistas mesmo hahaha!
Brasil, chega logo!
No longo caminho de volta, após uma boa viagem, distante das multas em blitz argentinas, estávamos loucos para chegar no Brasil por dois motivos principais. O seguro internacional do carro vencia na segunda-feira (21) e o Rafa tinha aula na terça-feira às 14 horas, por isso precisamos cruzar a fronteira entre Pasos de Los Libres - ARG e Uruguaiana - BRA. No percursos de ida paramos na Aduana, os fiscais pediram os documentos do carro, nossos documentos pessoais e nos liberaram. Para nós, nossa entrada tinha sido totalmente correta e nossa situação estava tranquila, tanto que nos pararam em duas blitz durante a viagem e não alegaram nada. Essa situação se inverteu quando chegamos "na cara do gol", prestes a entrar no Brasil tivemos uma surpresa. Quando fomos passar pela Aduana novamente para entrar em nosso país, o fiscal nos pediu o documento de saída, falamos que não tínhamos papel algum e foi então que o mesmo nos disse para entrarmos na sala de fiscalização para emitir a baixa da Argentina. Quando solicitamos o documento, uma outra fiscal nos pediu o documento de entrada, explicamos que havíamos entrado alguns dias atrás, nos pararam e não nos entregaram nada. De nada adiantou, a mulher nos atendeu de forma grosseira, disse que estávamos como clandestinos em território argentino e que deveríamos pagar uma multa. Tentei argumentar, falando que o erro tinha sido deles, mas foi em vão. Estava prestes a discutir com a mulher, mas o Hélvinho e o Rafa me acalmaram e resolvemos aceitar calados para não causar mais complicações. No final das contas, trouxemos para o Brasil uma multa de 100 pesos cada um, caso não paguemos, estamos impedidos de voltar a Argentina hahahaha.
Era isso, pessoal! Tentamos resumir rapidamente alguns fatos relacionados aos perrengues em nossa viagem e esperamos que ajudem vocês a viajar ou então a rir. Ah, outra coisa, quando forem utilizar um GPS de navegação, não esqueçam de atualizar o DATA ou então conseguir um específico do país de destino, o nosso só funcionou no Brasil hahaha! Ainda bem que o mapa era bom.
Grande abraço!
Dívida de saída dos clandestinos |
Primeira multa da vida. O infrator! |
Olho Grego |
Algumas vezes, dinheiro sem serventia na Argentina. |
Dinheiro argentino. |
GPS |